“Como quem lavra as entranhas da Terra” – Projecto Minas
Nós, os Homens, somos fracos. A nossa força só aparece quando
nos unimos à Terra, quando a lavramos! É preciso rasgar a Terra para lhe beber
a força. Se a lavramos à superfície bebemos-lhe a seiva através das plantas, se
lhe rasgamos as entranhas, então acrescentamos força às nossas mãos para
trabalhar, para lutar, até para amar, construímos casas e caminhos, alimentamos
as nossas vaidades… fazemos coisas belas… arrancamos a riqueza à Terra e o
nosso ser aumenta!
Esta tarefa, milenar e sempre árdua, deixa cicatrizes na
Terra. Mais evidentes ou menos, elas aí estão, locais onde se misturam as
memórias, a pele e o sangue dos homens que na Terra, nas pedras, cravaram as
mãos e deixaram a alma!
Fotografar estas cicatrizes é um projecto fotográfico do f2.8
Colectivo de Fotografia que começou em 2007. Primeiro, focalizado apenas na
Faixa Piritosa Ibérica, mas que depois se foi ampliando a outras minas e outras
formas de explorar o interior da Terra, de lhes arrancar as matérias primeiras com
que fazemos o Ser Homem – o pensamento e a acção!
E se esse fazer o Ser Homem implica criação – então não há
melhor local para mostrar este projecto do que um Museu construído para se
tornar memória da criação artística dos Homens simples, que à força de braços,
provocaram, alguns deles, as cicatrizes-memórias que aqui queremos mostrar!
f2.8 Colectivo de Fotografia
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home