quinta-feira, maio 19, 2005

A propósito de um texto de M. Teresa Siza*

A Imagem Emotiva


No passado número de Novembro, a revista Cais, como já vem sendo hábito, publicou as fotos do World Press Photo 2004. Nesse contexto, M. Teresa Siza introduz com um pequeno mas interessante texto submetido ao título – A Imagem Emotiva.
O artigo vive de uma ideia marcante e ao mesmo tempo dualitária. Por um lado a existência de uma crise de representatividade do fotojornalismo (que não de importância) e por outro, o aumento do espaço da fotografia junto dos museus, como objecto de fruição artística. Assim, nota-se que o fotojornalismo está cada vez mais na berra, com uma sociedade que cada vez mais se afirma iconográfica, porém nota-se também que a informação que essa variante da fotografia procura é assumidamente subjectiva. No fundo, afirma-se um fotojornalismo mais reflexivo e menos ilustrativo.
É notório que o fotojornalismo ganhou galões de fotografia de autor, logo com os fotógrafos a obterem um estatuto de criadores. Ao serem capacitadas como objectos integrantes de mostras pessoais, portanto descontextualizadas dos seus locais de origem (jornais e revistas), as fotografias assumem um subjectivismo ao nível da compreensão que se situa, como diz a autora, numa “brecha entre a realidade e a ficção”.
Um bom texto, sobretudo um bom ponto de partida para quem quiser fazer uma reflexão sobre estes assuntos…


* Directora do Centro Português de Fotografia

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